terça-feira, 6 de outubro de 2015

a terra


 Deus a sombra, o astro que endurece a parte engelhada sob o traçado rente. Em tempo quente, o nascer que irmana cativo, o sémen, que do chão rasga histrião ao meio-dia. O rebento alarga-se, ao toque, quando acariciado em carne mutua. Não é uma união, é a devassa ardendo embravecida entre o domínio das interrogações que correspondem ao escancarar. A curva ofegante. A ambição de posse orla a tempestade que o cio intérmino semeia. Na respiração. O sangue em bosque a emergir, impresso e rumorejante, liga haste à seiva, inclinando o sexo faminto ao lumaréu, e do quase nada se despe quase tudo.
 
Luísa Demétrio Raposo
 
* foto retidada ao Google, desconheço autor

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