segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Escrevo palavras que despedaçam ou que mostram o sexo em texto. Algumas são genitais outras são a língua quando se arrasta.
Não obedeço a recintos nem a padrão algum. Eu tenho o meu próprio rasgo e tal e qual o ruído do sémen, um intenso ruir, o palavrão e pluviosa metáfora no eclodir de um grito durante a travessia náutica no som alagado dos orifícios em marcha. O interdito que desarruma entornando marginais os uivos a fim de gladiar em derrocada.
Ao fundo da página a curva estreita-se e dilata. Não é literatura, nem tão-somente alguma forma de escrita. Isto é simplesmente a arquitetura da prosa.



Luísa Demétrio Raposo
*Fortios, Agosto, 2015

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