sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

o corpo é um tear de núcleos







Dentro ressurgem epílogos dispersos, bulícios, traqueiantes campos áridos e planicies que devoram o sémem e os uivos que delimitam as ínsignias indomáveis.
Nascemos sexo. O nosso corpo é um fecundo passageiro, um corso de àguas extenuado e invertido nos burilados escalavrados sulcos. Uma cratera extensa de natureza vulcanizada. Nardos poros. Nardos obliquamente redemoinham nas iniciais de uma faísca em penetração. O sexo é a constelação arterial, onde cada imagem nossa se fecha em cada coisa. Furiosamente. Se abre em cada coisa.

O mundo me alarga nos braços.

Com boca na boca e a vulva que engole os suores roucos e prometidos. Fogo e milhares de exercicios gladiadores.
O clitóris injectando confidencias inconstantes, contrabandeia tesão e volúpia. Fixamente inspira. Suspira. Fode propagações e espasmos nos amanhãs elétricos que o destino em nós, corpo, semeia.

Luisa Demétrio Raposo

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Império de Calores





As minhas tonturas amélias, desertam nas emplanstações de uma página fecunda e abóbada, no bordel que em mim carrego indomável. Entre a paulada da escrita, orgástica, num império de calores, lentamente incendiados nas páginas centrifugados no meu alvoroço mandíbular, desmedidadmente amplexo e hospedeiro nos desejos oblíquos .

Amar-me no resumo simbólico e desassossegado onde a luz remexe desfiladeiros, turbinas e as minhas guerlas declivosas, inaudiveis aos demais, fulminadas pelas palavras arrebatadas e estridentes que nas madrugadas ressoam o desnudar do sémem numa escorrencia dotada... e o cheiros em raios socalcam os ares efervescentes que me rodeiam e atraem entre as masmorras do dia que haverá de nascer nos dicionários da mija aurora...

Discretamente;

camélias entre os delírios atoleiros que ludribiam o fogo e a inesgotável glande vertical. tal como num grito a vulnerabilidade cheia de inspiradores alfandegas, onde ática, a Camélia naufraga no beijo e se isola no manhã, infalível.

Camélias na ejaculação das ataduras invejosamente dispostas no tentacular olhar duplo e penetrante, que percorre reflexos carregados de línguas e janelas ângulares.


E num rastro de bocas guardo a fronteira entre o teu púbis guerreiro e os meus pintalgados bâtons forquilhadores.

O esperma é somente o rastilho que abre portas para outro oceano subterraneo.

Esbulhados o s meus dedos descaem no solo desta página, fulminantes, se enforcam em solo espasmódico:

- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!...





Luisa Demétrio Raposo